A questão da decisão de Brahim Diaz de representar a seleção marroquina surgiu como uma preocupação importante antes do anúncio da convocação do técnico espanhol Luis de la Fuente para os próximos amistosos contra Colômbia e Brasil.
Fontes da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) e da selecção nacional sugerem que a escolha do jogador surgiu quando este sentiu desinteresse da parte deles e se cansou de esperar pela convocação.
Este sentimento foi perceptível durante a recente conferência de imprensa de De la Fuente, onde a maioria das investigações giraram em torno deste assunto.
As tensões aumentaram quando o treinador foi lembrado da visita de representantes da Federação a Barcelona para discutir possíveis seleções com jogadores como Lamine Yamal e Pedri, contrastando com a óbvia falta de comunicação de Brahim com a seleção nacional.
Reagindo às perguntas, o seleccionador espanhol disse: “Acho que deixei isso bem claro. Ele tomou a decisão antes de anunciar a pré-lista em 1º de março”, conforme citado por Mundo dos esportes.
“Se você não quiser estar presente, com todo meu amor e respeito, é aceito como normal. Todo mundo está onde quer estar. O debate está encerrado aqui.”
De la Fuente não acredita nas acusações
Falando do avançado do real madrid, De la Fuente afirmou que não tem nada a ver com a decisão de Brahim e o jogador certamente não exigiu nada nem dele nem da selecção nacional.
“Brahim não exigiu nada. Para mim pessoalmente. Quando falo em condições, falo de forma geral, como uma máxima que tenho na Federação.
“Nenhum jogador pode exigir nada. Ele não exigiu nada porque não tinha nada a exigir. Ele queria jogar pelo Marrocos. Quem quiser vir para a seleção tem que vir nas mesmas condições dos demais.
“Ele vem porque quer vir. O treinador tem o direito de selecioná-lo. Ele aceitou outra proposta”, ele explicou.
De la Fuente não tem culpa
Face às acusações, o treinador espanhol insistiu que não tem culpa da situação, uma vez que não é responsável pela convocação de cada jogador para o plantel. Ele explicou que só fala com os jogadores lesionados.
“Não chamo nenhum jogador. Só com feridos, não converso com mais ninguém. Brahim era igual aos outros jogadores que poderiam vir. Não liguei para ele porque foi impossível trazê-lo.
“De novembro a março não há chance, não há convocação. Uma pré-lista, no dia 1º de março, é a única coisa que pude fazer. Há um documento datado de 9 de março em que ele renuncia a jogar pela Espanha. Você está dando uma opinião sem saber a verdade.”
Dando exemplo de outros jogadores que demonstraram vontade de jogar pela Espanha, explicou: “Eu ligo para quem tenho que ligar, falo com quem tenho que falar. Não sei quem come com quem. A federação está fazendo um trabalho impressionante no recrutamento de jogadores.
“De 115 jogadores, mais de 100 querem se juntar a nós. Quero destacar Laporte, Le Normand, Mosquera, Huijsen, Lamine… que escolheram jogar conosco”, ele adicionou.
Brahim é responsável por suas próprias ações
De la Fuente acrescentou que Brahim é responsável pelas suas próprias ações, pois a decisão foi sua. Entretanto, ele também negou que tenha sido uma falha da RFEF na situação.
“Você toma uma decisão, você é responsável, você é um adulto. Se ele está feliz, fico muito feliz, pois tenho um grande apreço e carinho por ele. Desejo-lhe todo o sucesso e agradeço-lhe todos os momentos que passei com ele.”
“Minha opinião é que não. Eu, como jogador de futebol, joguei onde queria jogar. Toma-se decisões com raciocínio total e absoluto.
“Eu não sou um fracasso de forma alguma. O sucesso foi que, aos 15 anos, Brahim quis jogar para nós. Você não o conhecia, mas nós sim”, ele adicionou.