ZURIQUE, Suíça – As jogadoras da Copa do Mundo Feminina tiveram 29 por cento mais probabilidade de receber abusos online do que as do torneio masculino de 2022, disse um relatório publicado na segunda-feira.
Uma em cada cinco jogadoras (152) na Copa do Mundo Feminina recebeu “mensagens discriminatórias, abusivas ou ameaçadoras”, de acordo com a FIFA e a associação global de jogadores FIFPRO.
Eles divulgaram dados do Serviço de Proteção de Mídia Social da FIFA (SMPS), que tenta ajudar a proteger jogadores, times e dirigentes de abusos online e discursos de ódio.
Quase 50% das mensagens abusivas “detectadas e verificadas” eram homofóbicas, sexuais e sexistas, acrescentou a SMPS.
“O abuso que persiste online afeta jogadores de futebol de todo o mundo e não pode ser ignorado. Este ambiente online tóxico é um lugar arriscado para os jogadores e afeta sua saúde mental e bem-estar”, disse o presidente da FIFPRO, David Aganzo. “O futebol tem a responsabilidade de proteger os jogadores em seu espaço de trabalho.”
O SMPS foi lançado no ano passado e já foi utilizado em oito torneios da FIFA. Ele usa inteligência artificial para tentar evitar abusos nos feeds das redes sociais dos participantes.
O relatório analisou conteúdo abusivo de todas as principais plataformas de mídia social durante a Copa do Mundo Feminina, co-organizada pela Austrália e pela Nova Zelândia, em julho e agosto.
A FIFA disse que foram analisados 5,1 milhões de posts e comentários em 35 idiomas diferentes.
Mais de 400.000 comentários foram denunciados e ocultados.
“Não pode haver lugar nas redes sociais para aqueles que abusam ou ameaçam alguém, seja em torneios da FIFA ou em outros lugares”, disse o presidente da FIFA, Gianni Infantino. “A discriminação não tem lugar no futebol e não tem lugar na sociedade.”