O ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, enfrentará julgamento por beijar a jogadora de futebol Jenni Hermoso sem seu consentimento durante a Copa do Mundo Feminina, conforme anunciado por um juiz investigativo. A decisão foi tomada após a investigação do juiz Francisco de Jorge, que apontou para um beijo não consentido e unilateral de Rubiales.
Rubiales foi acusado pelos promotores estaduais de agressão sexual e de supostamente coagir Hermoso a apoiá-lo publicamente contra a reação pública. Apesar de inicialmente alegar ser vítima de uma campanha liderada por “falsas feministas”, Rubiales renunciou ao cargo devido ao seu comportamento durante a cerimônia de premiação da Copa do Mundo em Sydney.
Além de Rubiales, o ex-treinador espanhol Jorge Vilda, o diretor esportivo da seleção masculina espanhola Albert Luque e o ex-chefe de marketing da federação também serão julgados por supostamente pressionar Hermoso a defender Rubiales, ação que ela recusou.
A data do julgamento ainda será determinada. Hermoso, a maior artilheira de todos os tempos da Espanha e atualmente jogadora da liga mexicana, tem recebido amplo apoio no país. O escândalo do beijo levantou esperanças de um acerto de contas com o sexismo no esporte.
Com base na lei de consentimento sexual aprovada em 2022, Rubiales pode enfrentar uma multa ou uma pena de prisão de um a quatro anos se for considerado culpado, segundo o Ministério Público de Madrid. A nova lei eliminou a diferença entre “assédio sexual” e “agressão sexual”, punindo qualquer ato sexual não consentido.
A FIFA baniu Rubiales por três anos, até depois da Copa do Mundo masculina de 2026. Sua suspensão expirará antes do próximo torneio feminino em 2027. A autoridade desportiva espanhola também o considerou inapto para ocupar um cargo de gestão desportiva durante três anos.