Jogadores do time de futebol de Nápoles se ajoelharam antes da partida de sábado para mostrar apoio ao companheiro de equipe Juan Jesus, que teria sido abusado racialmente durante uma partida no início deste mês.
O protesto ocorre dias depois de um juiz esportivo italiano decidir que o zagueiro do Inter de Milão, Francesco Acerbi, não enfrentará sanções por supostamente chamar Jesus, que é negro, de insulto racial em uma partida da Série A por falta de provas.
A equipe se ajoelhou em campo no Estádio Diego Armando Maradona, em Nápoles, antes da partida contra o Atalanta.
Durante o jogo de 17 de março contra o Inter de Milão, Jesus disse ao árbitro que Acerbi dirigiu uma injúria racial contra ele.
Acerbi negou repetidamente ter usado a palavra ofensiva.
O promotor da federação italiana de futebol interrogou jogadores e testemunhas na semana passada. O juiz também analisou imagens, vídeos e áudio do jogo antes de tomar sua decisão na terça-feira.
O juiz concluiu que, embora estivesse claro que Acerbi tinha insultado Jesus, o “nível mínimo de certeza razoável” não foi alcançado para provar que estava relacionado com a raça.
Nápoles classificou a decisão como “surpreendente”.
“O Nápoles não participará mais em iniciativas anti-racismo e anti-discriminação dirigidas por instituições do futebol que são meramente simbólicas, mas continuaremos a organizá-las nós próprios, como sempre fizemos, com renovada convicção e determinação”, respondeu o clube. em um comunicado.
Jesus disse que estava se sentindo “muito amargurado” com a decisão.
Jesus, um negro brasileiro de 32 anos, parecia visivelmente chateado quando se aproximou do árbitro na partida contra o Milan e apontou para a manga da camisa que tinha o emblema “Keep Racism Out” – parte da campanha anti-racismo da liga.
Após o jogo, Jesus disse que Acerbi, 36, pediu desculpas.
“O que acontece em campo, fica em campo… ele é um cara legal”, disse.
Acerbi foi mandado para casa do campo de treinamento da seleção italiana no dia seguinte – mas o técnico Luciano Spalletti e seus companheiros disseram estar certos de que “não houve intenção difamatória, depreciativa ou racista de sua parte”.
A Inter de Milão também estaria cogitando cortar Acerbi se o juiz o considerasse culpado.
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