Apesar de seu talento inegável, Vinicius muitas vezes se viu sozinho diante do preconceito, com o jogador lidando com a dura realidade de que a cor de sua pele muitas vezes ofusca o brilho de seu jogo.
Vinicius tem lidado com o racismo desde que pisou na La Liga, com incidentes vergonhosos ocorridos recentemente contra o Atlético de madrid, há dois meses.
Mas mesmo nas redes sociais e no mundo digital, o avançado não conseguiu evitar o preocupante tema do racismo.
Agora, ao entrar em campo pela seleção brasileira, Vinicius compartilhou seus pensamentos e emoções durante a coletiva de imprensa pré-jogo do Brasil, antes do confronto com a Espanha.
“O racismo verbal acontece não só em Espanha, mas também em todo o mundo. Cada dia que vou para casa fico mais triste. Ninguém está me apoiando”, ele confessou com o coração pesado.
Questionado sobre sua atitude, Vinicius reconheceu: “Claro que tenho muito que melhorar, ainda tenho 23 anos e é um progresso natural. Tenho cada vez menos vontade de jogar.”
“Eu só quero jogar futebol. Quero o melhor para mim e minha família”, ele adicionou.
Com perguntas sobre o racismo, as cicatrizes do racismo gravadas nele foram expostas para todos verem quando o jovem de 23 anos desabou: “Desculpe, só quero jogar futebol, fazer tudo pelo meu clube e pela minha família.”
Vinicius: “Não estou lutando contra os torcedores espanhóis, estou lutando contra o racismo no mundo”. pic.twitter.com/3jcPIQaX6d
– Universal de Madri (@MadridUniversal) 25 de março de 2024
“Eu só quero jogar futebol […] Já pensei em desistir”, ele declarou.
Apesar de suas infelizes queixas, Vinicius Jr. exemplifica força ao continuar a mostrar sua presença e voz na esfera pública.
“A cada reclamação, Me sinto pior, mas tenho que aparecer aqui e mostrar a cara. Pedi ajuda à UEFA, FIFA, Conmebol, e CBF, que são grupos grandes e podem lutar contra isso”, o extremo comentou.
“Agora entendo mais sobre racismo, estudei e por isso falo com tanta propriedade.
“Mohamed Ali foi um exemplo e estou aqui para falar em nome dos brasileiros. Porque muitos me defendem nisso”, Vinícius afirmou.
O atacante sul-americano afirmou que tira força de sua família e daqueles que enfrentam lutas semelhantes.
“Tiro força da família, das pessoas que sofrem porque sei de onde vim, de um lugar que não tinha muito futuro.
“Só de estar aqui já sou um vencedor, independente de ganhar ou perder um jogo. Há muitas pessoas ainda sofrendo”, ele exclamou.
![‘Ninguém está me apoiando’ – Vinicius cai em prantos durante coletiva de imprensa 6 vinicius](https://madriduniversal.com/wp-content/uploads/2024/03/fbl-friendly-bra-presser-1-1024x683.jpg)
Ele assumiu a responsabilidade de continuar a combater o racismo, afirmando: “Não estou lutando contra os torcedores espanhóis, estou lutando contra o racismo no mundo.”
“Tenho certeza de que a Espanha não é um país racista, mas há muitos racistas e muitos deles estão nos estádios. Temos que mudar porque muitos deles não sabem o que é racismo.
“Eles me insultam por causa da cor da minha pele para me fazer jogar mal, podem me contar muitas outras coisas e eu não vou contar nada a eles. Espero poder ir aos gramados e não pensar no que pode acontecer”, disse. acrescentou Vinícius.
Vinicius enfatiza ausência de responsabilização e falta de punição
Vinicius reconheceu que a falta de responsabilização o incomoda particularmente, já que punições mais severas deveriam ser praticadas para mitigar o tema do racismo.
“A falta de punição é o que mais me frustra, que todas aquelas pessoas vão embora sem que nada aconteça com elas depois do que fizeram.
“Foi aberto um caso em Barcelona e gostaria que isso não acontecesse para que as pessoas deixassem de dizer o que dizem. Para que as crianças não falem essas coisas, porque é verdade que quando eu era criança não sabia o que era racismo.“
Vinicius continuará lutando contra o racismo
Vinicius afirmou que nunca cogitou a ideia de sair da Espanha, pois estaria dando aos racistas exatamente o que eles querem.
“Nunca pensei em sair de Espanha, porque isso seria dar aos racistas o que eles querem. Não vou deixar o melhor clube do mundo.”
“Os racistas são uma minoria, vou continuar firme e forte porque o presidente e o clube me apoiam”, ele professou.
Embora estes desafios pesem muito, o vencedor da Liga dos Campeões exemplificou que o seu estatuto de jogador do real madrid não lhe permite jogar a toalha, como disse:
“Como sou um jogador ousado, que joga no madrid e ganhamos muitos títulos…é muito complicado. Os racistas são uma minoria. Não vou deixá-los vencer.
Acrescentou ainda que conta com o apoio do clube e do presidente Florentino Perez: “Vou continuar no real madrid porque o presidente me apoia, o clube me apoia e vou continuar ganhando muitas coisas.”