Todo mundo sabe o que Alex Pereira fará no UFC 300: encerrar a noite marcante em Las Vegas na luta principal.
Está muito longe do que ele fazia na época do UFC 100: não treinar artes marciais.
“Em 2009, eu ainda nem tinha começado a treinar de verdade”, disse Pereira recentemente ao Post durante uma videochamada via intérprete Plinio Cruz, seu treinador de jiu-jitsu brasileiro. “Nem tinha treinado futebol nem nada parecido. Mais tarde, em 2009, comecei a molhar os pés nas artes marciais.
Claramente, 11 de julho de 2009 foi há muito tempo, e está se tornando cada vez mais comum que homens e mulheres jovens foram atraídos para o esporte por eventos ocorridos desde que Brock Lesnar derrotou Frank Mir em sua tão esperada revanche pelo título dos pesos pesados naquele evento de sustentação.
Mas Pereira não é um lutador novato de 20 e poucos anos que começou sua jornada no MMA ainda criança; o campeão meio-pesado do UFC completa 37 anos neste verão, tendo passado os últimos 15 anos conquistando duas categorias de peso no mundo do kickboxing e no UFC como ex-detentor do título dos médios.
Quando “Poatan” chegou às artes marciais, não foi para perseguir a glória que ele alcançou.
Pereira apenas procurou uma maneira de colocar sua vida de volta nos trilhos enquanto lutava contra o vício do álcool.
O caminho para a sobriedade não foi direto – ele diz que não bebe desde 2013, um ano antes de começar a competir pela Glória no kickboxing – mas ainda hoje Pereira se mantém com os pés no chão, não esquecendo de onde veio como um empobrecido juventude no Brasil.
“Penso quase todos os dias até onde cheguei”, disse Pereira. “Isso é apenas para me manter firme em minhas raízes.”
Pereira se lembra de ter assistido recentemente a lutas na casa do técnico Glover Teixeira, que perdeu a última luta de sua carreira no ano passado para o próximo adversário de Pereira, Jamahal Hill, e seus pensamentos se voltaram para “tudo o que foi preciso” para chegar a este ponto de sua vida.
Ele acrescenta que por isso volta com frequência à sua terra natal – treina na Teixeira MMA & Fitness, em Bethel, Connecticut – e sai com a família e velhos amigos.
Adicione a honra de ser a atração principal de um dos eventos mais importantes da história do UFC à lista de conquistas que ele não poderia ter imaginado, e é mais uma maneira pela qual Pereira desafiou os críticos que duvidavam que um campeão de kickboxing com apenas quatro lutas de MMA em sua estreia no UFC em 2021 pudesse fazer ondas neste esporte.
Depois de fechar a porta ao retorno ao peso médio para recuperar o primeiro título do UFC que conquistou em 2022, o foco de Pereira é fazer sua primeira defesa de título dos meio-pesados – e eventualmente as subsequentes.
Desde que o campeão da divisão dominante Jon Jones desocupou a coroa em 2020, Pereira é o quinto homem a ser reconhecido como campeão indiscutível após breves reinados de Jan Blachowicz, Teixeira, Jiri Prochazka e Hill.
Hill conquistou o título, vago por Prochazka devido a lesão, ao derrotar Teixeira por cinco rounds no Brasil em janeiro passado, com Pereira encurralando seu mentor e, notavelmente, olhando maliciosamente para Hill na sequência.
Quando Hill também desocupou o título devido a uma ruptura no tendão de Aquiles em julho passado, isso abriu caminho para Pereira derrotar Prochazka e se tornar o campeão até 205 libras – precisando de apenas cerca de dois anos a partir do dia de sua estreia no UFC para se tornar um lutador de duas divisões. chefão, o jejum da história promocional.
Colocar Pereira e Hill um contra o outro dá ao campeão a chance de se tornar o primeiro homem desde Blachowicz, em março de 2021, a defender com sucesso o cinturão dos meio-pesados que se tornou uma batata quente.
E é só nisso, afirma Pereira, que se concentra, e não na narrativa de que procura vingança em nome de Teixeira.
“Muitas pessoas dizem: 'Oh, ele vai lá para vingar Glover. Existe sangue ruim e outras coisas? Não. Estou apenas lutando contra outro adversário”, diz Pereira.