Gareth Southgate tem enfrentado já alguns anos a profunda crise na lateral-esquerda da Inglaterra. Posição que já teve Ray Wilson e Ashley Young, hoje está escassa de opções, o que tornou a situação ainda mais grave com as lesões de Luke Shaw, do Manchester United, e Ben Chilwell, do Chelsea. Assim, o treinador da seleção inglesa parece não saber ao certo o que fazer com o lado esquerdo da defesa.
Luke Shaw jogou três vezes pela Inglaterra desde a Copa do Mundo devido às lesões. Já Chilwell fez apenas duas partidas representando seu país em dois anos.
RESUMO:
Inclusive, desde a véspera do Mundial no Catar, a Inglaterra parece viver uma “maldição” dos laterais. Reece James e Ben Chilwell, ambos do Chelsea, foram cortados da Copa do Mundo por lesões. Kyle Walker, do Manchester City, também chegou na competição com problemas físicos e longe de sua forma física ideal.
Improvisações na seleção inglesa
Zagueiro de origem, Levi Colwill, já jogou algumas vezes como lateral-esquerdo do Chelsea nesta temporada. Mas ele também não estava disponível para jogar contra Malta, o que obrigou Southgate a escalar Fikayo Tomori por 45 minutos na posição.
A imprensa britânica especula que até o destro ficou muito surpreso ao descobrir que ocuparia o lado esquerdo da defesa da Inglaterra, ao invés de Kieran Trippier, que também já foi improvisado na posição anteriormente por Southgate.
— Pedimos às pessoas que ocupassem cargos que não são suas posições habituais, como Fikayo, e não é fácil para ele desenvolver esse lado. Temos problemas de disponibilidade naquela área do campo e vocês estão tentando dar descanso a alguns jogadores. Temos muitos jogadores que não estavam lá esta noite — disse Southgate após a vitória inglesa por 3 a 0 sobre Malta.
Inglaterra“>Os improvisados de Southgate na lateral-esquerda da Inglaterra:
JOGADOR | CLUBE | POSIÇÃO ORIGINAL | PÉ DOMINANTE |
---|---|---|---|
Fikayo Tomori | Milan | zagueiro | direito |
Kieran Trippier | Newcastle | lateral-direito | direito |
Levi Colwill | Chelsea | zagueiro | esquerdo |
Apesar de tantos desfalques para a lateral-esquerda, Southgate iniciou o jogo em Wembley nessa sexta-feira (17) com dois nomes de peso nas laterais: Trippier, do Newcastle, e Tomori, do Milan. Outro lateral gigante que estava em campo jogando no meio de campo foi Trent Alexander-Arnold.
Tomori jogou apenas uma vez na lateral-esquerda profissionalmente antes, quando foi emprestado pelo Chelsea ao Brighton em 2017. Desde então, só jogou como zagueiro-central e lateral-direito.
No intervalo, o técnico da Inglaterra tirou Tomori, que havia recebido cartão amarelo no primeiro tempo, e pôs Kyle Walker para o seu lugar, com Trippier se movendo para a esquerda. Inclusive, a vida do lateral do Milan não está das mais fáceis sob o comando de Southgate nesta temporada, tendo ficado de fora dos 11 que venceram a Itália nas eliminatórias e garantiram uma vaga na Eurocopa de 2024.
Os lesionados da Premier League
Rico Henry, do Brentford, e Dan Burn, do Newcastle, que jogam bem em seus clubes como lateral-esquerdo, também estão lesionados. Mas Southgate nunca demonstrou qualquer intenção de convocá-los, mesmo com Shaw ou Chilwell fora e eles à disposição.
Atacante tem de sobra
Em compensação, Southgate conta com uma grande profundidade de elenco em outros setores, principalmente em relação a alas e meias ofensivos. Jude Bellingham e James Maddison estão fora por lesão, mas a Inglaterra teve, contra Malta, Jordan Henderson e Conor Gallagher no meio de campo, além de Bukayo Saka, Jarrod Bowen e Cole Palmer no banco, e Raheem Sterling assistindo de seu sofá em casa.
As deficiências na lateral-esquerda podem causar problemas defensivos para os ingleses, principalmente quando John Stones também estiver de fora, como foi o caso do último jogo. Os destros Tomori e Trippier estão naturalmente mais inclinados a olhar para dentro do campo e Harry Maguire pode ter dificuldades para avançar a bola.
O cenário ideal para Southgate, claro, é que Shaw e Chilwell retornem de lesões e permaneçam em forma para a segunda metade da temporada, mas até lá ele precisa de um plano para caso um ou os dois não estiverem disponíveis. Tentar forçar improvisações que expõem a defesa, como aconteceu com Tomori contra Malta.