Os caras mais pequenos se destacaram no sábado na atração principal do octógono.
Só o tempo dirá se o UFC retornará o campeonato peso mosca masculino ao status de co-principal.
E para aqueles que buscam uma colocação mais proeminente dos até 125 libras, a bem-sucedida defesa do título de Alexandre Pantoja contra Steve “Don't Call Me Carell” Erceg no UFC 301 não foi o home run que teria ajudado. Para estender a metáfora do beisebol, Pantoja-Erceg foi mais um tapa single.
Geralmente, não é por falta de emoção que os pesos-mosca deixam de figurar no topo do faturamento quando o UFC e a parceira de transmissão ESPN pretendem arrancar seus US$ 79,99 – ah, dói toda vez processar o preço do pay-per-view de 2024. Nas primeiras 24 lutas pelo título peso mosca (incluindo interino) na história do UFC, 15 delas ganharam algum tipo de bônus de Luta/Performance/Nocaute/Finalização da Noite.
Faça 15 de 25 depois que Pantoja obteve uma vitória sólida e moderadamente divertida por decisão unânime em sua cidade natal, o Rio de Janeiro, mas deixou a Farmasi Arena sem o bônus divulgado de US$ 50 mil que muitos lutadores do UFC sem dinheiro imploraram ao CEO do UFC, Dana White.
Pantoja é um campeão humilde que quer fazer o certo na sua categoria de peso. Falando com o The Post antes da luta, ele expressou o desejo de permanecer ativo em sua própria divisão, em vez de perseguir o fascínio de um segundo cinturão de ouro brilhante até 135 libras… com a ressalva de que ele ficaria feliz em resolver um antigo pontuação pessoal com o atual campeão peso galo Sean O'Malley se a oportunidade surgisse.
“Tenho uma fila enorme no peso mosca [division]”, aponta Pantoja, com precisão, dado que nomes como Amir Albazi e Muhammad Mokaev apresentam novos desafios e estão classificados à frente de Erceg.
Tudo isso é louvável. Pessoalmente, sou totalmente a favor disso. Mas nada disso por si só cria uma grande ajuda na demanda do consumidor pela defesa do título do Pantoja.
Raramente o UFC colocou os pesos mosca no centro do cartaz da luta do PPV, o nome do campeão da divisão acima de todos os outros. Isso ocorre, em parte, porque o UFC quase sempre colocará a luta pelo título da categoria de peso mais pesado na liderança quando mais de um cinturão estiver em disputa. Parte disso vem do fato de oito lutas de campeonato terem sido exibidas em redes de TV ou a cabo.
Apenas uma vez o UFC fez um esforço para forçar as lutas pelo título dos moscas como atrações principais no pay-per-view. Quando Demetrious Johnson entrou no terceiro ano de seu reinado recorde como campeão inaugural, ele foi o cara certo para fechar os “grandes” cards de luta da Fox. Aparentemente, a esperança era que a ampla exposição de Johnson na TV realmente gratuita criasse uma estrela que pudesse fazer os fãs dizerem “cale a boca e pegue meu dinheiro”.
Bem, os fãs nunca calaram a boca, mas não gastaram seu dinheiro para assistir às próximas quatro defesas de Johnson como atração principal do PPV. Vale a pena notar: 2014, quando dois deles ocorreram, foi um ano notavelmente fraco para o negócio de pay-per-view do UFC, logo antes de Conor McGregor atrair uma nova geração de fãs de MMA.
Nos nove anos entre a última luta principal de Johnson no PPV – uma segunda vitória sobre John Dodson – e o retorno triunfante de Pantoja ao Brasil, apenas mais dois eventos numerados confiariam a luta final da noite aos pesos mosca: dois eventos separados por um mês e encabeçados por novos campeão Deiveson Figueiredo. O último foi o empate da Luta do Ano contra Brandon Moreno que gerou a única tetralogia (ou quadrilogia, se preferir) de campeonato do UFC. Os outros três confrontos da emocionante série ficaram em segundo plano.
O que nos traz de volta ao Brasil na noite de sábado, com o honorável campeão Pantoja enfrentando um cara que nem estava no radar mundial, muito menos no elenco do UFC há 12 meses, um cara que todos concordam que se parece com o descendente de Michael Scott de “The Office” e revelou-se nas últimas semanas como uma adição cativante e peculiar ao mix de peso mosca.
“Carinhosamente peculiar” pode não ser a melhor maneira de extrair US$ 80 depois de dois meses consecutivos estragando os fãs de luta com o UFC 299 e o UFC 300.
Nem o UFC nem a ESPN tendem a revelar suas taxas de compra, e os dias de números vazados terminaram quando o líder mundial transferiu todas as compras de PPV para seu guarda-chuva. Como tal, boa sorte em obter uma boa resposta sobre o desempenho deste show em relação a eventos igualmente menos disputados – fora o retorno triunfante de José Aldo ao UFC e ao lugar que lhe valeu o apelido de “O Rei do Rio”, O UFC 301 foi em grande parte desprovido de poder de estrela e de confrontos entre os principais competidores.
As chances são boas de que os pesos-mosca voltem a ser a segunda banana para seus irmãos maiores quando Pantoja colocar seu cinturão em disputa, talvez no outono. Porém, nunca se sabe, dada a tendência do UFC de fazer qualquer coisa – incluindo a criação desnecessária de cinturões interinos – para anunciar uma luta pelo título; talvez eles precisem de ouro no pôster em apuros.
Como apreciador dos pequeninos, fico feliz sempre que eles ganham destaque só para eles.
Como realista, perdoe-me por não prender a respiração.