LAS VEGAS — Mesmo quando todos no local sabem quem vai primeiro no geral, geralmente há pelo menos um pseudo-suspense quando Gary Bettman sobe ao microfone pela primeira vez para anunciar a primeira escolha.
Mesmo isso, no entanto, foi descartado seis semanas antes, quando o gerente geral do Sharks, Mike Grier, foi questionado se Macklin Celebrini, da Universidade de Boston, seria sua escolha depois de ganhar na loteria no início de maio.
“Eu diria, eu acho que sim”, disse Grier. “Sim.”
E então não houve nem um lampejo de nervosismo na sexta-feira, quando o grande jogador da franquia Joe Thornton anunciou que os Sharks iriam, de fato, dar início ao draft escolhendo Celebrini, que ganhou o prêmio Hobey Baker no ano passado como o melhor jogador de hóquei universitário.
Celebrini se junta a uma franquia em cujo time júnior ele jogou até 2018, quando seu pai, Rick, se juntou ao Golden State Warriors como diretor de medicina esportiva e desempenho.
“É uma loucura”, disse Celebrini na Sportsnet. “Honestamente, é surreal que a vida tenha fechado o círculo e eu esteja de volta onde estava.”
A ascensão de Celebrini ao primeiro lugar foi seguida por Chicago levando o defensor do estado de Michigan Artyom Levshunov em segundo lugar geral e Anaheim levando o atacante da OHL Beckett Sennecke em terceiro.
Os Blue Jackets então colocaram o pivô da WHL, Cayden Lindstrom, em quarto lugar, seguido por Celine Dion anunciando que Montreal escolheria o defensor russo Ivan Demidov em quinto.
Ainda não está claro se Celebrini, que jogou seu primeiro ano de faculdade aos 17 anos antes de se tornar adulto legal há apenas duas semanas, assinará com os Sharks ou retornará à BU para mais uma temporada.
Depois de marcar 32 gols e 32 assistências em apenas 38 jogos, levando os Terriers ao Frozen Four, pode-se argumentar que Celebrini superou o hóquei universitário antes mesmo de chegar à idade em que a maioria das crianças entra no campus.
Mas os Sharks, em meio a uma dolorosa reconstrução, estarão cientes de que Celebrini não será exposto caso comece o ano na NHL.
Neste momento inicial da offseason – San Jose tem apenas nove atacantes sob contrato com aproximadamente US$ 30,4 milhões de espaço no teto salarial, por CapFriendly – não está claro quem jogaria ao lado do centro canhoto se ele desse o salto.
Se isso acontecer, os Sharks provavelmente precisarão tentar adicionar mais talento do que apresentaram na temporada passada, mesmo que seja apenas para ajudar o novato a se desenvolver enquanto ele se adapta a jogar contra adultos.
Quer vá para a liga imediatamente ou não, Celebrini marca um golpe de sorte extremamente necessário para uma franquia que não chega aos playoffs desde 2019.
Ele não é considerado o tipo de perspectiva geracional que Connor Bedard era há um ano, mas Celebrini recebeu aplausos por sua habilidade versátil e jogo bidirecional – e foi, sem dúvida, a escolha número 1 neste draft.
O nativo de Vancouver já está acostumado com a Bay Area e, por causa do trabalho de seu pai, conta com nomes como Steve Nash e Ryan Kesler – Rick Celebrini também trabalhou para os Canucks – como colegas.
Agora, ele começará a construir seu próprio legado no extremo sul da Baía.